Seita do Colhão Rapado

Este espaço deveria ser para uma apresentação do blogue, mas somos muitos, o que complicaria o consenso. Assim, não há apresentação para ninguém.

30.12.06

1 Vaquinha!


Por acaso ninguém quer fazer uma vaquinha para eu poder comprar uma coisa destas, não?

26.12.06

Descobrindo-lhe a careca

25.12.06

Posta de Natal: Flora ou a Virgem Mãe

Estamos numa época natalícia, e vem-me à memória uma posta do camarada Chinaski acerca da alegada virgindade da mãe de Jesus Cristo, de seu nome Maria.

Este jovem blasfemo sempre se viu no direito de criticar a atitude de Maria, que seria uma falsa virgem, e que teria fornicado com José (e quem sabe, com outros), como uma louca devassa, crítica essa que sempre valeu a censura de pessoas com mais fé que o dito Chinaski (também não é difícil!).

Pois bem, trago hoje a prova provada que Chinaski faz esta críticas gratuitamente; trago aqui a prova que é possível engravidar sem ter cometido o pecado da fornicação, nem o acto amoroso, nem nada que implique o depósito de sémen na caixinha do amor de qualquer senhora!
Falo-vos de Flora! Deixem-me que vos apresente a dita senhora:

Flora é uma jovem Dragona ;) de Komodo que vive em cativeiro, e durante os seus 8 anos de vida (o que significa que já é sexualmente capaz), "nunca conheceu dragão".
No entanto, tal não a impediu de se fertilizar a si própria, num fenómeno denominado de partenogénese, algo que se desconhecia nesta espécie e que se pensa ser uma evolução neste ricos bichinhos!
O que é mesmo extremamente invulgar é mesmo o facto de Flora ser VIRGEM, ou seja, nunca ter andado no truca-truca com outros dragoezinhos (de Komodo, não confundir com a espécie Dragão-Andrade!).

Mais detalhes sobre a notícia podem ser vistos aqui.

Assim sendo, levanto a seguinte hipótese: será que Maria, tal como Flora sofreu um fenómeno de partogénese? Talvez isso significasse que o Espírito Santo (e não tem nada a ver com o Banco) não existisse, ou pelo menos não fosse capaz de fecundar Maria.
Mesmo assim, sou tentado a pensar que o camarada Chinasli vai manter a sua linha de pensamento, ou seja, que Maria só não era virgem nas orelhas.

19.12.06

Do padre Mário Oliveira para o Mundo

Companheiras/Companheiros

É este o meu voto teológico de Natal 2006:

1. Confesso que estou cansado do natal que o Templo e o Império em uníssono insistem em impor todos os anos às pessoas e aos povos em todo o mundo. Já não suporto mais estes natais. Enojam-me. Dão-me vómitos. São hipocrisia a rodos. São mentira que nos oprime e aliena. São natais que nos roubam a alma, a identidade, os afectos, a ternura, o tempo. São natais que nos exploram até ao osso. Inclusive, o pouco dinheiro que ainda conseguimos ganhar com o suor do próprio rosto é-nos extorquido nestes dias com requintes de fina selvajaria pelas blasfemas catedrais de consumo, plantadas em espaçosos e feéricos centros comerciais sem um pingo de humanidade, todos a abarrotar de coisas, a maior parte delas inúteis que compulsivamente adquirimos e carregamos para casa, como uma cruz sem redenção, numa desesperada e inconsciente tentativa de enchermos os buracos da alma que só afectos desinteressados e tecidos com os fios da Verdade e da Graça poderão preencher sem nos ficarem a pesar ainda mais. Temos fome de asas para voar e empanturram-nos com embrulhos de papéis coloridos e reluzentes fitinhas, para que nunca cheguemos a descobrir que é de Projecto e de Utopia que precisamos para ser/viver. Verdadeiramente, estes natais do Templo e do Império são o nosso pesadelo, a nossa desgraça, o nosso inferno. Ou nos livramos deles, já este ano e para o resto das nossas vidas, a fim de nos tornamos pessoas constitutivamente livres e festivas, humanas e sororais/fraternas, ou acabamos reduzidos, aos quarenta/cinquenta anos de idade, abaixo de embrulho, abandonado num qualquer lar de terceira idade, desses muitos que o actual Governo de José Sócrates, pelos vistos, está empenhado em espalhar por todo o país, como bidões de lixo à espera de Godot!



2. Confesso que já não percebo nada. Há dois mil anos, o Templo e o Império uniram-se para matar/crucificar o Homem Jesus de Nazaré que então os perturbava e enfurecia, devido às suas práticas políticas libertadoramente solidárias e fecundamente insurreccionais a favor das inúmeras vítimas que ambos produziam em nome de Deus, da Lei, da Religião, da Ordem. E não é que hoje, passado todo este tempo, o Templo e o Império continuam unidos, mas agora para nos fazer adorar como um deus mítico esse mesmo Homem Jesus que os dois furiosamente mataram/crucificaram? O facto, só por si, diz bem do Perverso que são o Templo e o Império e que nós, na ingenuidade e na superficialidade do nosso viver quotidiano, teimamos em reverenciar, na pessoa dos seus poderosos chefes, ao mesmo tempo que acatamos e cumprimos todos os seus decretos, como ordens do próprio Deus. Seremos assim tão cegos, que não vemos toda a marosca que a encenação democrática, em que nos obrigam a viver, habilmente esconde e que, hoje, o Templo e o Império juntos querem impor a todo o custo a todos os povos da terra, nem que seja à custa de criminosas e hediondas guerras como a que continua presentemente em curso no Iraque? Será que já nem com o coração conseguimos ver? E se nem com o coração vemos, ainda somos humanos?



3. Com as coisas neste pé, eis o meu voto teológico de Natal 2006, em cinco alíneas: a) temos, como Humanidade, de resgatar Jesus, o de Nazaré, das garras mentirosas e assassinas do Templo e do Império; b) temos que aprofundar, com a inteligência e o coração porque é que o Templo e o Império juntos tiveram tanta necessidade de matar Jesus e daquela maneira; c) temos que aprofundar porque é que o Templo e o Império correram depois a fazer de Jesus um mítico deus que os seus sacerdotes e teólogos obrigam todos os anos a nascer e a morrer; d) veremos então erguer-se diante da nossa consciência o Homem Jesus em toda a sua originalidade e singularidade, assim como a sua Causa política, a única que, se for acolhida e praticada pelos povos, humanizará/salvará os seres humanos e a própria Natureza, nossa Casa comum; e) começaremos de imediato a ser mulheres, homens ao jeito do Homem Jesus e, em comunhão com o seu Espírito, prosseguimos a sua Causa política entre as vítimas do Templo e do Império, e com elas. Até que Deus, o de Jesus, nos ressuscite/dê razão, como ressuscitou/deu razão a Jesus!

Fiquem com a minha Paz e o meu Afecto.
Mário, presbítero da Igreja do Porto.

P.S.
Podem, obviamente, fazer chegar este meu voto a outras pessoas das vossas relações. Pede-se apenas que refiram a sua origem.